Coisa estranha que me invade
Que me fere e cura
Já o senti antes
Não é amor, não é paixão
Não é raiva, tão pouco ódio
Por que?
Não consigo
Não entendo
Por que você?
Que dá os nós apertados
Na minha garganta, tão bruscos
Contraindo minhas vias respiratórias
Inchando meus olhos
Fazendo escorrer lágrimas
Sem sentido e sem sentimento
Por que você?
Me faz provar dessa dor delirante
Deste gozo agonizante
Dessa dúvida que espreita
À tristeza e à alegria
Por que agora vem me atormentar?
Vai-te como qualquer outro
Chega pra fazer seu trabalho e some
Vai-te, como aqueles
Que te acariciam e depois
Te cospem ácido
VAI-TE!
POIS NÃO PERTENCES
À MINHA ESSÊNCIA,
VAI-TE, ANGÚSTIA!